Máquinas furtadas para extrair ouro ilegalmente são encontradas em terra índigena alvo de garimpo em MT
15/03/2025
(Foto: Reprodução) Terra Indígena Sararé tem sido alvo de atividades garimpeiras nos últimos anos e está entre as três terras indígenas que mais têm ocorrência de garimpo ilegal no país. Duas escavadeiras que haviam sido furtadas foram apreendidas na Terra Indígena Sararé
Divulgação
em Pontes e Lacerda, a 483 km de Cuiabá. O caso ocorreu na última quinta-feira (13), mas só foi divulgado pela Polícia Civil neste sábado (15). A Sararé tem sido alvo de atividades garimpeiras nos últimos anos e está entre as três terras indígenas que mais têm ocorrência de garimpo ilegal no país.
As máquinas foram encontradas durante o cumprimento da Operação Protetor das Fronteiras e Divisas e contou com o apoio da Força Tarefa do Grupo Especial de Fronteira (Gefron), Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Polícia Civil.
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De acordo com informações da operação, as máquinas foram apreendidas enquanto uma operação de combate aos crimes transfronteiriços era cumprida em Mato Grosso, na região de fronteira entre Brasil e Bolívia.
A polícia informou que, a princípio, a corporação havia sido comunicada sobre o paradeiro de apenas uma máquina na terra indígena. No entanto, ao chegarem no local, os agentes confirmaram que se tratava de duas máquinas furtadas. Com a apreensão, é estimado que um prejuízo de cerca de R$ 1 milhão foi causado ao crime.
Segundo o resumo da ocorrência, uma das máquinas estava funcionando, enquanto a outra apresentava problemas mecânicos. Até a publicação desta reportagem, ninguém havia sido preso pelo crime.
As máquinas foram apreendidas e encaminhadas ao Centro Integrado de Segurança e Cidadania (CISC) de Pontes e Lacerda para os procedimentos legais.
Outra operação
Durante a operação, foram destruídas escavadeiras hidráulicas emotores estacionários
Imagens aéreas registradas durante a Operação Rondon, deflagrada pela Polícia Federal entre quarta (12) e quinta-feira (13), revelaram a destruição ambiental na Terra Indígena Sararé, em Mato Grosso. O território, que abriga o povo Nambikwara, foi transformado em um verdadeiro pântano de lama devido à ação do garimpo ilegal (veja vídeo acima).
Durante a operação, que contou com apoio do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), foram destruídas escavadeiras hidráulicas, motores estacionários e outros equipamentos utilizados na extração ilegal de ouro. Além disso, munições de vários calibres, celulares, anotações e outros objetos foram apreendidos.
A operação busca combater o agravamento da situação nos garimpos da TI Sararé
Polícia Federal
A ação teve como objetivo frear a exploração ilegal de recursos naturais na Terra Indígena Sararé e combater crimes como usurpação de bens da União, crimes ambientais, porte ilegal de armas e até homicídios motivados por disputas territoriais, segundo a Polícia Federal.
TI com maiores ocorrências de garimpo no Brasil
A Terra Indígena Sararé é uma área que abrange os municípios de Conquista D'Oeste, Nova Lacerda e Vila Bela da Santíssima Trindade. Oficialmente, a TI é ocupada pelo povo Nambikwara.
Nos últimos anos, a região tem sido alvo de uma intensificação das atividades garimpeiras, que ameaçam não apenas a integridade do meio ambiente, mas também a saúde e os modos de vida das comunidades indígenas locais.
Imagem aérea mostra degradação causada por garimpeiros
PF
Alvo de garimpeiros
Na região da Terra Indígena, a Polícia Federal realizou várias fases da operação para desativação de garimpo ilegal. A primeira foi em maio de 2020, quando policiais desocuparam um garimpo ilegal de ouro na região. Porém, após a saída das equipes, os garimpeiros invadiram o local novamente.
A segunda etapa foi deflagrada em março de 2021 e apreendeu instrumentos usados na exploração clandestina. A desocupação foi determinada pela Justiça de Cáceres, e foi realizada por 50 policiais federais e mais de 100 militares do Exército Brasileiro.
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